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Dia Mundial da Baleia: conservação e equilíbrio marinho

Dia Mundial da Baleia destaca necessidade da conservação de espécies para equilíbrio do ecossistema

Embora não tenha monitoramento frequente, Piauí registra presença de animais das espécies Jubarte e Cachalote.

Por: Viviana Braga 18 fev 2025, 20:13

Maior mamífero do mundo, a baleia tem no calendário mundial um dia reservado a celebração da sua grandiosidade e importância nos ecossistemas oceânicos. Assim, todo dia 19 de fevereiro, a comunidade científica e os adoradores da espécie lembram a data como o Dia Mundial da Baleia.

Criado em 19 de fevereiro de 1986 pela IWC (Comissão Baleeira Internacional), o dia marca a proibição da pesca comercial das baleias em diversos países e, consequentemente, o comércio da carne desses animais. Embora o mamífero ganhe homenagens também no dia 23 de julho, a data de fevereiro ganhou um significado especial, já que levanta a bandeira da importância de conservação do gigante aquático.

No Piauí, as baleias também são parte importante da biodiversidade marinha. A costa piauiense, embora menos conhecida em comparação a outros estados do Brasil, abriga uma variedade de espécies marinhas, incluindo algumas espécies de baleias que podem ser avistadas durante suas migrações.

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Segundo Geórgia Aragão, doutora em sistemas oceânicos e professora da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), as espécies avistadas no litoral piauiense são a Jubarte e a Cachalote, mais conhecida como baleia dentada. 

“Apesar de não estarmos exatamente na região de preferência da migração desses animais, a presença deles aqui é um indicativo positivo de que essa é uma área favorável para se reproduzirem. O litoral do Piauí tem como características as águas tranquilas e com disponibilidade de recursos suficientes para elas manterem a prole até um tamanho favorável para retornar a região mais fria”, diz.

Ainda de acordo com a professora, a observação dessas espécies é uma atividade fundamental para a conscientização sobre a importância da conservação marinha. “Não temos um monitoramento frequente das baleias no litoral do Piauí. Os registros da região são dos animais que encalharam em algum momento ou que foram avistados por pescadores. Praticamente todos os estudos sobre as baleias jubartes, por exemplo, são no estado da Bahia, onde fica a maior concentração dessa espécie. A presença das baleias aqui quer dizer que elas estão saindo da zona delas para chegar até o litoral piauiense e isso precisa ser mais observado”, explica Geórgia Aragão.

Status de conservação

Baleia encalhada na praia

Em novembro de 2024, uma baleia da espécie Cachalote encalhou, já sem vida, na Praia de Maramar/Foto: Viviana Braga

As baleias desempenham um papel crucial nos ecossistemas oceânicos, ajudando a manter o equilíbrio das cadeias alimentares e contribuindo para a saúde dos oceanos. No entanto, mesmo com a proibição de caça e comercialização desses animais, a maioria das espécies encontram-se ameaçadas de extinção.

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O último registro de uma baleia no litoral do Piauí foi em novembro de 2024, quando um exemplar da espécie Cachalote encalhou, já sem vida, na Praia de Maramar, município de Luís Correia. O animal media cerca de 12 metros e teve o material genético recolhido para realização de exames e pesquisas. “As Cachalotes são mais oceânicas e se aproximam mais da costa para se alimentar ou reproduzir. Embora não tenha sido possível determinar a causa da morte do animal encontrado, o mais provável é que tenha acontecido alguma alteração de saúde”, detalha Geórgia Aragão.

É nesse contexto que o Dia Mundial da Baleia tem relevância ao destacar a importância de preservação das baleias e de seu ambiente. Além disso, iniciativas de educação ambiental e conservação precisam ser promovidas para integrar a população a esta realidade, refletindo sobre a necessidade da conservação marinha e o papel que todos podem desempenhar na proteção desses gigantes do mar.

Nesta data devemos, sobretudo, ressaltar a importância de nos aproximar desse mundo que é tão científico, trazendo a necessidade das espécies em geral. Vivemos em cadeia, um dependendo do outro. Então, quando a gente se aproxima e se coloca como um indivíduo do meio – até porque nós também somos animais -, nos colocamos como pertencentes a esse ciclo. Quanto mais informações temos, não só nos identificamos, mas também entendemos a necessidade de manter esses animais para manter a nossa própria vida. Acho que assim as coisas conseguem funcionar de uma forma mais alinhada”, conclui Geórgia Aragão.

Viviana Braga

Jornalista, cofundadora e diretora-executiva da EcoNós.

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