Litoral do Piauí é berçário para três das cinco espécies de tartarugas no Brasil

O litoral do Piauí é um importante local de preservação para tartarugas marinhas, abrigando três das cinco espécies que existem no Brasil, incluindo a ameaçada tartaruga-de-pente. Todos os anos, cerca de 200 ninhos são monitorados, gerando mais de 20 mil filhotes. Quem acompanha este trabalho de perto todos os anos é a ONG Instituto Tartarugas do Delta, que realiza o monitoramento e a conscientização da população.

De acordo com o Instituto, apesar do litoral piauiense ser o mais curto do país, com apenas 66 km de extensão, as praias do estado são as mais procuradas para a desova das espécies. São, em média 200 ninhadas, todos os anos. Em 2023, por exemplo, foram 198 monitorados pelos pesquisadores. Deles, saíram mais de 20 mil filhotes que lutam pela sobrevivência, seja no caminho até o mar, como com os predadores naturais dentro d’água.

As cinco espécies que frequentam o litoral são as de pente, oliva, verde, cabeçuda e a de couro, que além do Piauí só desova, também, no Espírito Santo. Mas três delas fazem o litoral do estado como berçário, onde fazem centenas de ninhos todos os anos: a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). Essas espécies encontram nas praias piauienses um ambiente adequado para desova e desenvolvimento dos filhotes. A tartaruga-de-pente, em particular, está em risco de extinção, o que torna o trabalho de monitoramento e proteção na área ainda mais crucial.

Segundo maior sítio de desova

Conforme estudos do Instituto Tartarugas do Delta, o litoral do Piauí pode ser considerado o segundo maior sítio de desova da espécie no país, ficando atrás do litoral do Espírito Santo, principal área de reprodução.

O litoral do Piauí é um importante sítio de desova para tartarugas marinhas devido à sua localização estratégica e condições ambientais favoráveis. A região possui praias de areia fofa e temperaturas adequadas, essenciais para a incubação dos ovos.

Além disso, a baixa interferência humana em áreas específicas e o trabalho de monitoramento por organizações de conservação ajudam a garantir a segurança dos ninhos. Esses fatores fazem com que o litoral seja um ponto crucial para a reprodução de espécies ameaçadas como a tartaruga-de-pente.

Principais desafios

Os principais desafios enfrentados na preservação das tartarugas marinhas no litoral do Piauí incluem a circulação de veículos nas praias, que pode destruir ninhos e filhotes; a poluição, especialmente com plásticos que afetam o ambiente marinho; e a presença de animais domésticos que podem atacar ovos e filhotes.

Além disso, a falta de conscientização de parte da população local e turistas também compromete os esforços de conservação, o que torna a educação ambiental essencial para proteger essas espécies.